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Ferramentas como o ''Facebook'', ''Twitter'', ''Myspace'', ''Google+'', ''Grou.ps'', ''Mixxt'', ''Youtube'' podem ser utilizadas em contexto educativo pois têm várias funcionalidades que são potenciadoras para a motivação dos alunos, podendo promover o conhecimento e aprendizagem. <br> | Ferramentas como o ''Facebook'', ''Twitter'', ''Myspace'', ''Google+'', ''Grou.ps'', ''Mixxt'', ''Youtube'' podem ser utilizadas em contexto educativo pois têm várias funcionalidades que são potenciadoras para a motivação dos alunos, podendo promover o conhecimento e aprendizagem. <br> | ||
Revision as of 16:19, 29 September 2013
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Tecnologias da Comunicação em Educação: REDES SOCIAIS Programa Doutoral Multimédia em Educação | 2013/2014 Daniel Sampaio |
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Contents |
Enquadramento
A wiki que se apresenta foi desenvolvida no âmbito da unidade curricular Tecnologias da Comunicação em Educação (TCEdu), do programa doutoral em Multimédia em Educação da Universidade de Aveiro, no ano letivo 2013/2014. Nesta unidade curricular uma das componentes de avaliação é a realização de um trabalho de grupo, que "consiste na identificação e discussão da aplicação de plataformas tecnológicas de comunicação, disponíveis na Internet, no suporte a atividades de ensino e de aprendizagem" (in guião da unidade curricular, 2013/2014). Perante os temas apresentados, os participantes reuniaram-se de acordo com os seus interesses pessoais e de investigação.
Este grupo de trabalho é constituído por três pessoas em que a sua atividade profissional é o ensino e, os seus interesses de estudo e investigação relacionam-se com as ferramentas da web 2.0, mais especificamente a utilização de Redes Sociais em contexto educativo. Desta forma, o tema escolhido foi 'Redes Sociais'.
A realização do presente trabalho tem como objetivos (definidos no guião da unidade curricular):
- identificar as plataformas tecnológicas de comunicação relativas à temática escolhida com maior potencial em educação;
- caracterizar as principais funcionalidades de cada plataforma tendo em conta o seu valor em contexto de ensino e aprendizagem;
- comparar criticamente o valor das diferentes plataformas em educação (exercício resultante de testes de uso levados a cabo pelo grupo, sempre que possível);
- descrever e discutir um conjunto de cenários (um cenário autónomo por cada elemento do grupo) que exemplifique as vantagens da utilização das plataformas estudadas em contexto educacional.
Tendo em consideração o âmbito da unidade curricular, em conjunto, foi decidido utilizar uma ferramenta da web 2.0 - wiki - para o desenvolvimento do trabalho. Desta forma, utilizaram-se diferentes sistemas de comunicação multimédia, promoveu-se o trabalho colaborativo e a partilha de informação. A organização do trabalho segue a seguinte estrutura:
- secção 'conceito de rede social': são apresentadas três perspetivas relativamente ao conceito de rede social: ao nível da semântica e sociologia, ao nível da educação (contexto didático) e ao nível estrutural;
- secção 'redes sociais em contexto educativo': é feita uma análise de artigos científicos sobre a utilização de diferentes redes sociais em contextos educativos. Pretende-se analisar quais as redes sociais mais utilizadas e com maior potencial, que contextos têm sido explorados e que tipo de análise ou avaliação é feita após a utilização das redes sociais em contexto educativo;
- secção 'principais funcionalidades das redes sociais': cada elemento do grupo selecionou uma rede social para um estudo mais aprofundado. Este estudo consistiu na inscrição nas redes sociais, configurações das redes sociais, exploração das ferramentas e diversos testes, para ser feita uma análise comparativa entre as três redes sociais selecionadas;
- secção 'exemplos de cenários de utilização das redes sociais em contexto de aprendizagem': cada um dos elementos do grupo faz uma descrição de um cenário prático de utilização de uma rede social. Nesta descrição são apresentados os contextos de aplicação e os objetivos da utilização da rede social;
- secção 'conclusão/discussão': nesta última secção faz-se uma discussão sobre as formas de utilização das várias redes sociais.
Conceito de rede social
Para descrever o aparecimento das redes sociais, ao contrário do que muitas pessoas pensam, será necessário evidenciar o inicio da
civilização onde o homem reunia-se à volta duma fogueira partilhando os gostos e interesses com os outros. As redes sociais refletem a necessidade que o homem tem de criar laços sociais com o próximo, assim poderemos falar de redes sociais sem invocar a famosa Internet.
Com a evolução da tecnologia existiu uma transposição do ambiente de interação social para o ambiente digital (online), no qual são usadas as redes sociais digitais e que têm passado por uma evolução tecnológica rápida para que os utilizadores sintam uma necessidade de uso constante. A evolução das redes sociais hoje em dia vão muito além da necessidade de criar um espaço virtual para fazer novas amizades e partilha de informação, hoje em dia funcionam como verdadeiros instrumentos de comunicação.
Depois do aparecimento da internet na década de 90 a Web foi criada por Tim Berners-Lee com o propósito inicial da partilha de arquivos, com a sua natural evolução apareceu o correio eletrónico, como um forma mais avançada de relacionamento.
Com o passar dos anos associado a uma crescente utilização das tecnologias foi sentida a necessidade de criar uma ferramenta de comunicação mais completa e mais interativa e que permitisse um apliação da nossa rede de contactos.
O grande crescimento das redes sociais surge com a chegada da Web 2.0, como uma segunda geração de comunicação e partilha. Esta evolução não surge por questões técnicas mas sim pela nova forma de utilizar a internet.
Segundo Vincent Lemieux e Mathieu Ouimet (2008), actualmente a análise estrutural das redes sociais tornou-se numa abordagem interdisciplinar com o sentido de que os elementos intervenientes neste processo caracterizam-se mais pelas suas relações do que pelos seus atributos (género, idade ou classe social).
A utilização crescente das redes sociais em contextos formais e profissionais de aprendizagem leva a uma análise das vantagens da sua integração na nossa prática diária. É sabido que para os jovens a utilização de redes sociais como forma de divertimento, partilha de interesses e comunicação são consideradas muito interessantes. Assim, acreditamos que a utilização das redes sociais em contextos formais de aprendizagem pode levar a uma maior participação dos jovens promovendo uma aprendizagem mais ativa e interventiva.
Perante estes cenários, convém perguntar: Afinal, o que é uma rede social?
Se optarmos por uma simples definição semântica, Rede Social é um ‘conjunto de relações e intercâmbios entre indivíduos, grupos ou organizações que partilham interesses, que funcionam na sua maioria através de plataformas da Internet’. Claro que esta definição de um dicionário online (Priberam) não esquece a influência da internet nestas redes.
Alejandro & Norman (2005, p.2.) entendem por rede ‘um grupo de indivíduos que de forma agrupada ou individual, se relacionam uns com os outros, com um fim específico, caracterizando-se pela existência de fluxos de informação. As redes podem ter muitos ou poucos actores e uma ou mais categorias de relação entre os pares de actores.’
Se recorrermos aos sociólogos, Marsdsen (2000) define rede social como uma ‘estrutura de relacionamentos que liga actores sociais’. ‘Relacionamentos’ é a palavra-chave para Pescosolido (1991), que os ‘tijolos’ que constroem a experiência humana.
O mesmo Pescosolido, no seu artigo ‘ The Sociology of Social Networks’ releva a evolução e o ‘cosmopolitismo’ das redes sociais modernas. No entanto, o que sobressai deste artigo é a multiplicidade de definições de ‘rede’. Knopke (1990) vê a existência de uma só ‘teoria’ para rede como pouco provável e até inapropriada. Perante este cenário, e com os objectivos estipulados para este trabalho, optou-se por relevar que as redes sociais tendem a ganhar grande importância na nossa sociedade pelo simples facto que permitem a ligação entre indivíduos que, de outra forma, poderiam não teriam sido criadas.
Os autores Gunawardena, Hermans, Sanchez, Richmond, Bohley e Tuttle (2009) definem rede social em contexto de aprendizagem, como uma ferramenta que facilita a aprendizagem coletiva através de uma negociação social onde os participantes estão envolvidos num objetivo comum ou numa prática partilhada. Ainda no campo da educação, a partilha de conteúdos e de recursos e o desenvolvimento de formas colaborativas de agregação e indexação de informação promovem o conhecimento e a aprendizagem (Aresta, Moreira e Pedro, 2008). Assim, após leitura de artigos da especialidade (McLoughlin e Lee, 2007; Gunawardena et all, 2009; Miranda, Morais, Alves e Dias, 2011; Minhoto e Meirinhos, 2012) podemos resumir que em contexto educativo, isto é, em ambientes de aprendizagem formal, as redes sociais podem podem funcionar como ambientes colaborativos de aprendizagem trazendo algumas vantagens:
- Ao nível pessoal e de relacionamento: competências e ligação social, interação e comunicação, diminuem o isolamento e o receio da crítica, aumenta a autoconfiança, autoestima e integração no grupo, desenvolvimento do pensamento crítico, promove o conhecimento de diferentes temas;
- Ao nível do grupo: maior aproximação entre alunos, partilha de opiniões e ideias fomentado o interesse na participação, responsabilização pela própria aprendizagem e pela aprendizagem do grupo, incentiva os alunos a valorizar as experiências que se partilham, transforma a aprendizagem numa atividade social, os conteúdos são mais ricos porque há o contributo de vários alunos.
Considera-se que a rápida evolução da utilização das redes sociais emerge das práticas de interação que estão orientadas para a partilha e formação de grupos com os mesmos interesses, independentemente da localização geográfica dos utilizadores, desta forma, em grupo é potenciada a partilha da informação de forma colaborativa. Enquanto cada utilizador de um grupo numa rede social faz uma participação individual, está também a contribuir para a aprendizagem dos outros. Assim, Santamaría (2008) considera que os serviços de redes sociais permitem conceber ambientes colaborativos entre pares, isto é, espaços de encontro entre os diferentes intervenientes no processo de ensino e aprendizagem.
Enquanto professores consideramos importante aproveitar estes espaços de interação (redes sociais) e utiliza-los como potenciadores de uma aprendizagem colaborativa.
Redes sociais em contexto educativo
É referido que as redes sociais, enquanto ferramentas da web 2.0, têm alterado a forma como os utilizadores interagem com a internet. Esta evolução de comportamento e educação tem vindo a modificar a forma como os jovens processam, organizam e partilham o conhecimento. Assim, tendencialmente, a escola e os professores recorrem a estas ferramentas em contexto educativo de modo a envolver os alunos de uma forma mais participativa e colaborativa na aprendizagem.
Através de pesquisa e análise de alguns artigos científicos e sites com sugestões procuramos analisar quais as redes sociais mais utilizadas num contexto educativo, de forma a conseguirmos perceber de que forma são utilizadas e que tipo de avaliação é feita (da sua utilização).
No que respeita o contexto em que as redes sociais referidas são utilizadas, chama-se a atenção para o estudo conjunto do Instituto Politécnico de Bragança com a Universidade do Minho (Miranda, Morais, Alves, Dias, 2011), intitulado ‘redes sociais na aprendizagem’. Este estudo agrega de forma eficaz os contextos em que o uso de redes sociais promove a aprendizagem:
- disponibilização, criação e partilha de conteúdos: o conceito de ‘prosumer’ – produtor e consumidor – é bem evidente nestas três possibilidades;
- entrar em contacto com colegas e professores: este contacto pode-se também estender aos pais com iniciativas como a recente weduc.com [1];
- entrar em contacto com pessoas que podem ajudar em alguma unidade curricular: sejam eles ex-alunos ou peritos na matéria, dependendo do contexto e/ou nível de aprendizagem. Este aspecto poder-se-á tornar relevante para a construção de relações de mentor;
- aceder a informação importante para a aprendizagem: a própria rede pode ser um repositório de material de apoio para o estudante, seja o objectivo a revisão de conteúdos, o alargamento de conhecimentos ou até a simples aprendizagem por curiosidade;
- demonstração de resultados: a possibilidade de publicar trabalho, vídeos, wikis, blogs, etc. cria uma visibilidade do trabalho sujeita à avaliação de toda a comunidade;
- criação de Ambientes Pessoais de Aprendizagem: estes ambientes são possibilidade para os alunos de gerir a sua própria aprendizagem, seleccionando, integrando e usando vários softwares, ferramentas e serviços (McLoughlin and Lee, 2007);
- troca de opiniões.
Os autores deste estudo recorrem às palavras aceder; agregar; configurar; manipular, anteriormente utilizadas por Lubensky (2006), para resumir a importância dos Ambientes Pessoais de Aprendizagem que as ferramentas da WEB 2.0 proporcionam aos alunos.
O estudo feito por Paula Minhoto e Manuel Meirinhos (Minhoto e Meirinhos, 2012) também reforça muitos dos conceitos referidos no parágrafo anterior, acrescentando que as redes sociais também podem ser eficazes para:
- conceber ambientes colaborativos entre pares (Santamaría, 2008): novamente o conceito de ‘prosumers’;
- reduzir falhas de conhecimento: quem sabe se não será o principio para um novo conceito de ‘Trabalho de Casa’;
- reduzir carências tecnológicas da organização: aqui a mencionar que a própria instituição de ensino deve caminhar no sentido de proporcionar aos alunos as condições para a criação de um Ambiente de Pessoal de Aprendizagem.
Nas suas conclusões os autores salientam que o poder das redes sociais na aprendizagem advém do sentimento dos alunos de que a construção do conhecimento depende da contribuição de todos, e não só do professor.
Os conceitos utlizidos por Lubensky são importantes na medida que definem as possibilidades que estão ao alcance dos utilizadores das redes sociais. É agora interessante ver como as redes mais utilizadas estão a ser aproveitadas no contexto educativo.
Facebook
Começou por ser uma rede de estudantes (Miranda, Morais, Alves, Dias, 2011), mas com o tempo evoluiu para a rede social mais mediática e utlizada, com uma produção de Hollywood dedicada à sua criação (A Rede Social, 2010). No final de Março de 2013, o Facebook reportava 1.11 biliões de utilizadores (Yahoo News) e, de acordo com o site www. panorama.net [2] (ver gráfico acima), 20% da partilhas online ocorriam por esta rede social.
Entre as possibilidades de utilização do Facebook na sala de aulas pode-se salientar:
- Criação de grupos de turma ([3])
- Utilização de Apps disponíveis no Facebook que potenciam o ensino e a aprendizagem, como por exemplo, ‘books I read’, ‘class notes’, ‘rate my professors’, etc. A página da college degree [4] dá boas ideias para as várias Apps disponíveis.
- Possibilitar uma presença mais envolvente dos pais – especialmente nos níveis mais elementares.
- Criar fóruns de discussão online.
Apesar da relutância de professores e formadores (MD Roblyer et all, 2010), o Facebook é, cada vez mais, parte da vida dos alunos. Só o facto de o saberem usar poupa tempo, pois não há necessidade de se ensinar a usar uma ferramenta nova. A realidade é que, pelo uso que os alunos lhe dão, o Facebook pode ser uma valiosa rede social numa perspectiva de evolução da aprendizagem.
Myspace
Esta rede é um espaço público de partilha e opera baseada na premissa de construção e representação de uma identidade (Muranto and Barton, 2009), tal como Facebook. Tem mais de 100 milhões de utilizadores e 5% de conteúdo partilhado.
O Myspace, assim como o Facebook, está bem organizado e estruturado. Todas as ideias referidas para o Facebook podem ser aproveitadas pelo Myspace.
A diferença é que o Myspace não tem restrições de acesso aos perfis. Eles estão abertos e podem ser vistos por qualquer navegador.
Twitter
O SMS da Internet (Miranda, Morais, Alves, Dias, 2011) é a segunda rede com mais utilizadores – até Maio de 2013 próximo dos 750 milhões([5]) com 10,8% de partilhas. Serve essencialmente para micro-blogging e acompanhamento de feeds. Apesar de fácil de navegar, tem limitações ao nível das funcionalidades.
Ao nível educativo, poderá ser útil para acompanhar e/ou comentar as ideias e eventos de pessoas relevantes num determinado campo do saber.
Uma pesquisa mais detalhada [[6]] mostrará como potenciar a utilização do Twitter no ensino. Salientam-se alguns exemplos:
- Sumariar – Utilizar a limitação de 140 caracteres para sumariar a leitura de um texto;
- Partilha de uma hiperligação diária relevante ao contexto de uma disciplina;
- Twitter ‘pen pal’ – uma actividade das disciplinas de língua estrangeira que pode ser repensada para o Twitter;
- Partilhar dicas diárias para motivação e evolução da aprendizagem.
Google +
Entrou em funcionamento em 2011 e aproveitou-se dos milhões de utilizadores dos serviços do Gmail. A palavra ‘hangout’ já é conhecida dos utilizadores do Gmail e veio substituir o uso do Gtalk, como ferramenta de comunicação síncrona.
As suas ferramentas de partilha e de criação de comunidades vão ao encontro do que se espera de uma rede social com estatuto generalista. Tal como o Facebook, pode ser aproveitada pelos educadores. O Google + tem um potencial de crescimento muito interessante devido a: 1. o crescente número de utilizadores (pode ser monitorizado no Google meter); 2. associado ao branding e à popularidade do motor de busca Google; 3. e a possibilidade de o utilizador usufruir de muitas ferramentas (Google Desktop, Google trends, Gmail, Google play, Google tradutor, etc).
Todas estas razões tornam o Google + uma opção tão válida para utilizar em contexto educativo como o Facebook.
Youtube
Este site nasceu com o intuito de permitir aos utilizadores partilhar e visionar vídeos. Foi adquirido pela Google em 2006. Apesar de começar como um repositório de vídeos, foi gradualmente, sendo mais dotada de interacção social. Neste momento, oferece várias ferramentas como os canais, o streaming e a criação e partilha de playlists. Na última estatística contava com mas de 1 bilião de visitantes [7].
Com a sua índole mais social, torna-se possível encarar o Youtube como uma rede de partilha de conteúdos que vai ao encontro de alguns objectivos educacionais, como a partilha, a inserção numa comunidade ou a troca de opiniões assíncrona.
O site edudemic.com [8] partilha 5 razões para se usar o Youtube na sala de aula [9]:
- Ajudar os estudantes com mais dificuldades a rever a aula;
- Criar fichas de aprendizagem para o visionamento de um vídeo;
- Criar playlists para aprendizagem a longo prazo;
- Possibilidade de fomentar discussões únicas e pouco usuais;
- Download de vídeos para inspirar a aprendizagem.
Existem muitas mais redes sociais com uma demografia mais localizada (Nasza Klassa na Polónia ou Qzone na China), com tópicos mais focados (Flixter para filmes ou LinkedIn para networking profissional) e todas podem dar algum contributo em variados contextos educativos (escola, centro de formação profissional) e/ou em variados níveis (vários ciclos, ensino superior). Seria um grave erro, nesta era digital, ignorar a presença, a utilidade e a variedade destas redes.
Depois desta análise de alguns estudos e sites de sugestões que utilizaram as redes sociais em contexto didático e que promoveram a aprendizagem de conteúdos específicos de várias disciplinas, verificou-se que são utilizadas várias formas para a análise ou avaliação da utilização das redes sociais. De forma global, pode-se dividir essa análise/avaliação em três grupos:
- análise das perceções dos alunos face à utilização de uma rede social – em que através de um questionário os alunos indicam as vantagens, desvantagens, limitações, sentimento relativo à partilha durante a utilização de uma rede social (Aresta, Moreira e Pedro, 2008; Balogné Bérces et al, 2011);
- avaliação das aprendizagens através das interações na rede social – existem várias dimensões de análise que vão sendo adaptadas de acordo com a especificidade do contexto (Loureiro et all, 2009; Gonçalves, Loureiro e Neri de Souza, 2010; Minhoto e Meirinhos, 2012);
- análise e avaliação das questões realizadas pelos alunos durante a utilização de uma rede social como promoção e incentivo ao questionamento num contexto específico (Neri de Souza e Moreira, 2009; Canella, Ciancimino e Campos, 2010).
É possível verificar que existem vários estudos que exploram a utilização de uma rede social em contexto de aprendizagem (educação), no entanto, poucos são os que integram avaliação da utilização na avaliação formal da disciplina ou unidade curricular.
Principais funcionalidades das Redes Sociais
Tendo em consideração a identificação de diferentes plataformas tecnológicas de comunicação, que possam ser um suporte a atividades de ensino e aprendizagem, foi feita uma análise de três redes sociais, que, por definição, têm diferentes propósitos. Assim, as redes sociais em análise são as seguintes: YouTube, CouchSurfing e Mixxt. Seguidamente será feita uma descrição de cada rede social e a respetiva comparação das funcionalidades para a sua utilização em contexto educativo.
YouTube
A ferramenta denominada por Youtube é considerada um site aglutinador de vídeos, na qual o utilizador pode fazer upload, publicar e visualizar vídeos em streaming e sem grandes conhecimentos técnicos (Burgess & Green, 2009). Relativamente à sua utilização em contexto educativo vários são os autores que defendem que os professores devem utilizar os diversos tipos de média para alcançar os alunos (Cruz, 2008; Caetano & Falkembach, 2007). Isto é, um professor que conhece os seus alunos sabe que tipo de informação será mais facilitador para aprendizagem e, se o professor conseguir desenvolver os seus próprios materiais será mais fácil o processo de aquisição de conhecimentos.
Couchsurfing
Relativamente à rede social CouchSurfing foi criada com o objetivo de ligar diversos utilizadores numa comunidade global de viajantes. Ao utilizar esta rede pode-se procurar um lugar para visitar, definir e mostrar pontos de interesse a visitar num local, partilhar uma casa ou partilhar a viagem com outros utilizadores. Não se pretende a troca de dinheiro mas, comentários sobre as atividades realizadas, locais visitados ou sobre a casa que foi partilhada. A comunidade refere que a definição de um bom perfil de utilizador é o mais importante, pois o perfil criado servirá para fazer a ligação entre diferentes pessoas com os mesmos interesses.
É uma comunidade global de 6 milhões de utilizadores em mais de 100 cidades que partilham a sua vida, o seu mundo, a sua viagem. O Couchsurfing conecta viajantes com uma rede global de pessoas dispostas a partilhar de maneira profunda e significativa, tornado viajar uma experiência social (https://www.couchsurfing.org/n/about, 23.09.2013).
Mixxt
Mixxt é uma plataforma online, que permite a criação de redes sociais para grupos públicos, privados e semiprivados, podendo ser comparada com outras plataformas similares tais como Ning, Grou.ps, Social Go, Elgg, Oxwall, entre outros. Esta plataforma, numa versão gratuita, disponibiliza diversas ferramentas gráficas para cada uma das redes sociais criadas, sem ser necessário ter conhecimentos informáticos a níveis de programação, permitindo uma organização do grupo, comunicação entre os diversos elementos e a partilha de conteúdos entre si.
Sendo as redes sociais plataformas de comunicação, interação e partilha, podem estabelecer condições para a colaboração e socialização entre grupos em diferentes contextos educativos. Após análise de literatura da especialidade é possível verificar que existem vários estudos (Neri de Souza & Moreira, 2009; Gonçalves, Neri de Souza & Loureiro, 2010; Minhoto & Meirinhos, 2012) de aplicação de redes sociais e suas ferramentas como apoio a disciplinas ou em contextos de estágio, nas quais os tipos de participação e interação dos alunos são analisados de acordo com os objetivos definidos.
Exploração de funcionalidades das redes sociais
Em cada uma das três plataformas descritas nas secções anteriores, foi feito:
- inscrição ou registo;
- criação de um perfil;
- configuração da plataforma (adicionar ou remover funcionalidades, alteração do aspeto gráfico);
- testes de utilização como criador ou administrador da plataforma e como um utilizador que está inscrito na mesma palataforma.
Após estes testes elaborou-se uma tabela (como se pode visualizar em baixo) que resume as funcionalidades de cada plataforma de uma forma comparativa.
Em cada uma das plataformas - redes sociais - a utilização está dependente das ferramentas que são permitidas configurar e utilizar, para uma melhor interação entre os diversos participantes. Assim, na tabela seguinte, é feito um resumo das ferramentas de cada plataforma.
Exemplos de cenários de utilização das redes sociais em contexto de aprendizagem
Sendo todos os elementos do grupo deste trabalho professores, vamos explicar de que forma cada uma das redes sociais pode ser utilizada na nossa prática diária, descrevendo três cenários de utilização.
Primeiro cenário: A utilização do CouchSurfing em contexto educativo
Os cursos de Aprendizagem são cursos de dupla certificação de nível 4 ministrados pelos Centros de Formação do IEFP,IP. São cursos destinados a jovens entre os 15 e os 25 anos criados com o espírito de melhorar a qualificação e a empregabilidade dos mais jovens (ver ilustração 1). Normalmente têm a duração de 3 períodos de sete meses, dependendo do número de horas total de formação. Em linguagem informal, dir-se-á que dão equivalência ao 12º ano e permitem o prosseguimento de estudos a nível superior e o exercer de uma profissão de 'Técnico'.
Os planos curriculares dos cursos de Aprendizagem assentam na agregação de Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) relevantes para os diferentes cursos. Estas UFCD's estão reunidas no Catálogo Nacional de Qualificações elaborado pela Agência Nacional para a Qualificação (ANQ). É a validação destas UFCD's que dará ao formando a sua avaliação final.
O documento do Regulamento Específico dos Cursos de Aprendizagem [10]explica de forma detalhada como se ministram estes cursos e se procede à avaliação dos formandos.
Para o pressuposto desta secção importa salientar que a vertente 'Comunicar em Inglês' existe no tronco comum de todos estes cursos de Aprendizagem. O Plano Curricular contem 6 UFCD's na vertente referida. A terceira UFCD da mesma é Viajar na Europa (ver ilustração 2), e aqui, o Couchsurfing (http://www.couchsurfing.org) pode ser particularmente relevante.
O Couchsuring é uma rede que ‘foi criada com o objetivo de ligar diversos utilizadores numa comunidade global de viajantes’, pretende-se incutir nos formandos:
- a vontade de viajar de forma simples, promovendo a interculturalidade;
- abertura para receber e albergar viajantes de todo o mundo, partilhando e vivendo o que a própria cidade oferece;
- a necessidade de se utilizar a língua inglesa na utilização do site.
Com estes objetivos e com a possibilidade de ligação a viajantes, esta rede que permite a troca de experiências, ideias, dicas, etc., baseado nas vivências de cada membro, tem toda a legitimidade para ser utilizada num contexto educativo. Relembra-se aqui os pressupostos de partilha que forma mencionados na secção Redes Sociais em contexto educativo.
A nível da disciplina do Inglês, o Couchsurfing é muito útil pois consciencializa os formandos da necessidade de se falar Inglês para viajar. O Inglês é a linguagem mais usada no Couchsurfing, apesar de o site disponibilizar a criação do perfil em várias línguas. É só realizar uma pequena análise dos posts no grupo do Porto (https://www.couchsurfing.org/n/places/porto-porto-district-portugal/conversations?page=2) para perceber que o Inglês é utilizado na (quase) totalidade das mensagens.
A inserção dos formandos na rede Couchsurfing pressupõe um trabalho de conteúdos anterior. Este trabalho criará um conjunto de textos que se poderão utilizar na criação do perfil de Couchsurfing.
A Ilustração dois mostra que a UFCD Viajar na Europa é a terceira unidade do plano curricular. Nas unidades anteriores, em consonância com os conteúdos previstos nos conteúdos de cada UFCD, são também trabalhados, de forma paralela, as 6 unidades representadas na tabela um. Após a unidade 6 haverá uma aula de conversação sobre as empresas low cost. No final da mesma é exibida uma reportagem da SIC intitulada ‘surfistas de sofá’ que apresenta o fenómeno aos formandos.
Na sessão seguinte, o site é apresentado aos formandos através do perfil do formador (https://www.couchsurfing.org/profile.html?id=3HI7JJF). Em Pleno e em modo expositivo, os formandos tentam reconhecer a informação que o formador apresenta e, a seguir, regressam aos trabalhos que realizaram nas unidades anteriores, a fim de agregar os textos que já produziram.
O passo seguinte é, em ambiente de sala de computadores, transformar os textos necessários à criação do perfil em suporte word. É necessária muita insistência do formador para que os seus formandos tenham o caderno diário em dia, com todos os trabalhos de escrita realizados em formação lá presentes – um bom método é a inclusão da análise do caderno diário como elemento de avaliação das UFCD's.
A seguir a este trabalho, os formandos avançam para a criação do perfil. Apesar de cada formando ter de apresentar um perfil próprio, é, aqui, encorajado o trabalho de pares (ou trio). De salientar que este a criação do perfil online é um dos elementos de avaliação final desta UFCD (33% da nota final).
Os passos seguintes são:
- Ligação da turma em grupo. Este grupo funcionará como um fórum entre os elementos da turma;
- Troca de referências entre os elementos da turma.
Os seguintes links ligam a formandos de uma turma que criaram perfis:
http://www.couchsurfing.org/people/bruno-silva2/
http://www.couchsurfing.org/people/diogo.moreira/
http://www.couchsurfing.org/profile.html?id=5H9X733HP
http://www.couchsurfing.org/people/ana_catarina/
http://www.couchsurfing.org/people/alexandreferreira1/
No final desta unidade pretende-se que os formandos:
- Consultem perfis de outros viajantes;
- Selecionem, organizem e sistematizem a informação recolhida em unidades anteriores;
- Preparem uma viagem a realizar;
- Preencham perfis online;
- Identifiquem países e cidades a visitar assim como respetivos hosts;
- Selecionem possíveis viajantes através da ferramenta ‘surfers looking for a couch’.
O trabalho com o Couchsurfing entusiasma os formandos, que não se importam de reescrever todos os seus trabalhos durante a criação do perfil.
A nível de aprendizagem, este reescrever permite uma reactivação de conhecimentos, correção de erros e demonstração pública de resultados. Os formandos podem ser avaliados por outros formandos fomentando a hetero-avaliação. Nesta rede, os formandos também são mais uma vez confrontados com a exigência da língua inglesa a uma escala global.
A nível de utilização da rede social, a fase mais interessante é quando os formandos, já enquanto membros, se dedicam a pesquisar outros membros.
Como aspetos mais criticados, registe-se que os formandos não apreciam o facto de a comunicação ser assíncrona, a impossibilidade de carregar vídeo e as obrigatoriedades de segurança inerentes à criação do perfil.
Um aspecto a melhorar, do ponto de vista do formador é a questão do seguimento, ou seja, não permitir que no fim da UFCD Viajar na Europa, nunca mais se utilize o Couchsurfing. O formador tem de ser capaz de inserir o trabalho desta rede social nas restantes UFCD's.
Melhorando os aspetos menos positivos, os formadores/professores de Inglês poderão ter no Couchsurfing uma excelente ferramenta de trabalho.
Segundo cenário: Utilização da Ferramenta Youtube em contexto de sala de aula
No segundo cenário pretende-se abordar a utilização da ferramenta de vídeo YOUTUBE no contexto de sala de aula. A ferramenta foi explorada por alunos do 9º ano de escolaridade na disciplina de TIC numa escola de ensino público localizada em Vila do Conde. Os alunos tinham pesquisar e partilhar nos seus canais, vídeos relacionados com a matéria que era lecionada no momento e decorreu durante o ano letivo completo. A utilização desta ferramenta pelos diversos alunos rapidamente ganhou as mesmas funcionalidades de uma rede social dentro e principalmente fora da sala de aula. Esta ferramenta foi utilizada para:
- cativar a atenção dos alunos dentro da sala de aula;
- desenvolver competências multimédia;
- compreender o significado duma ferramenta Web 2.0;
- motivar o aluno no seu trabalho;
- criação de grupos de trabalho;
- promover a interação entre os diversos indivíduos (Professor e alunos);
- permitir uma acessibilidade à ferramenta fora da sala de aula.
O objetivo principal da utlização desta ferramenta foi criar no aluno um estímulo pelo uso das novas tecnologias e promover o uso de ferramentas colaborativas de aprendizagem.
De acordo com as funcionalidades do Youtube, na sala de aula foram utilizadas as seguintes:
- edição de vídeo - http://www.youtube.com/editor;
- criação de canais de vídeo no menu "O meu canal";
- inserção de vídeos com conteúdos de elevado interesse e contexto informativo sobre a matéria lecionada;
- "troca" e "partilha" de vídeos entre os alunos no menu "adicionados à lista de reprodução";
- comentários dos alunos a cada vídeo colocado nos diferentes canais dos mesmos (imagem Youtube1).
Foi neste último ponto que se iniciou a funcionalidade básica de uma rede social, a partilha e a troca de informação entre os diversos elementos promovendo um ambiente colaborativo de aprendizagem, isto porque, cada aluno após a colocação (upload) ou publicação no seu canal de um vídeo sobre determinada matéria lecionada na disciplina, verificava que o mesmo era visualizado e comentado pelos diferentes alunos, estes comentários proporcionavam nesta ferramenta uma interação entres os mesmos. A utilização de algumas funcionalidades do Youtube reforçavam a vertente de partilha de informação, como por exemplo: alguns dos vídeos favoritos nos canais dos diferentes alunos eram adicionados a canais (listas de reprodução) de outros alunos.
Cada aluno criou o seu canal de vídeos com a lita de reprodução partilhada, inserindo os vídeos que achavam interessantes em momentos oportunos do ano letivo e com informação significativa sobre determinados conteúdos lecionados na disciplina de TIC.
Como se pode verificar pela imagem seguinte a interação entre os diversos alunos está implicita na troca de mensagens, dentro e fora da sala de aula.
A adaptação dos alunos a esta forma de aprendizagem foi considerada um sucesso pois os alunos tiveram uma participação massiva no uso da ferramenta. A utilização desta em contexto de sala de aula promoveu um ambiente colaborativo de aprendizagem pelo facto de os alunos promoverem a partilha de informação, de vídeos e comentários.
Terceiro Cenário: Utilização de plataformas para a criação de redes sociais
Neste terceiro cenário pretende-se mostrar de que forma uma plataforma para a criação de redes sociais pode ser utilizada num contexto educativo específico.
Foi explorada a plataforma NING, onde foi criada a rede social para utilizar com catorze alunos do 12º ano de escolaridade do Curso Tecnológico de Informática, de uma escola de ensino particular e cooperativo localizada no distrito de Aveiro. Este estudo foi realizado com os alunos durante a concretização da Formação em Contexto de Trabalho (FCT) que decorreu durante onze semanas, fazendo um total de 240 horas de trabalho efectivo numa empresa. As empresas que acolheram os alunos estão localizadas no distrito de Aveiro, distanciadas geograficamente.
A finalidade da utilização da rede social foi melhorar a insuficiente comunicação existente entre os vários intervenientes da FCT, uma vez que, os alunos não comunicavam entre si, isto é, não havia partilha de informação (troca de experiências ou dúvidas). Por sua vez, o professor orientador só comunicava com os alunos e monitores uma vez a cada quinze dias. Assim, a análise do desempenho dos alunos era comunicada com algum atraso.
A rede social foi criada de forma privada, deve-se ao facto de tornar os dados dos alunos privados, assim, como as suas publicações e interações e de os deixar mais confortáveis durante o trabalho. Na rede social foram configuradas todas as ferramentas disponíveis: blogue, fórum, lista de eventos e chat. Ainda no 1º período letivo, antes de se inciar a FCT os alunos fizeram a inscrição na rede social e criaram o seu perfil, de forma autónoma e explorando todas as funcionalidades.
Após todas as configurações foram definidos os objetivos para a utilização das diversas ferramentas, que se explicam seguidamente:
- fórum - registo de dúvidas ou problemas encontrados relativamente a tarefas propostas, registo de descrição de soluções, dicas para deteção de falhas, comentários aos procedimentos ou opiniões;
- blogue - cada aluno tinha o seu blogue para o registo da sua atividade semanal (diário de bordo) e respetiva autoavaliação;
- lista de eventos - calendarização de tarefas a cumprir: entrega de relatórios, visitas de acompanhamento e reuniões de avaliação.
A imagens seguinte exemplifica a rede social no contexto descrito:
Sabendo que, a rede social seria utilizada para uma análise das atividades desenvolvidas pelos alunos ao longo desta formação foi definido, inicialmente, que todas as interações seriam avaliadas, também com o objetivo de promover uma maior interação dos envolvidos. Assim, foram considerados os seguintes domínios de avaliação de aprendizagens:
- participação no fórum e blog;
- interação no fórum;
- perguntas no fórum - através do modelo adaptado por Neri de Souza (2008);
- descrição de tarefas no blog;
- cumprimento dos prazos das várias tarefas;
- escrita correcta da língua portuguesa.
De forma a promover o incentivo à participação ativa dos alunos foi utilizado o esquema de análise de interações proposto por Loureiro (2009), que avalia as seguintes dimensões:
- participação passiva - acesso apenas para leitura;
- participação ativa - disponibilização de conteúdo, opinião;
- interação - mensagens que fazem referência a outros participantes;
- partilha de informação - mensagens que emitem opinião;
- discussão - mensagens onde se identificam problemas ou questões relevantes para o problema enunciado.
Estas dimensões foram analisadas e avaliadas, a cada três semanas, sendo este feedback disponibilizado na rede social. O envio desta informação foi considerado mais uma forma de incentivo à participação.
Após a exploração desta rede social analisou-se que os alunos, após um curto período de adaptação à estratégia e ferramentas exploradas e, apesar de terem alguma dificuldade na expressão escrita, demonstraram muita autonomia, colaboraram na resolução de problemas variados, conseguindo explicá-los e encontrar soluções em conjunto. Do exposto, parece poder inferir-se que as redes sociais, como a implementada, facilitam o acompanhamento dos alunos e promovem o desenvolvimento de competências de questionamento e de resolução de problemas (itens de avaliação).
Conclusão/Discussão
Quando se fala em Redes Sociais, é difícil ignorar a presença do Facebook. Esta rede social é essencialmente utilizada para fins lúdicos e visto com alguma relutância por pais e educadores. No entanto, os professores podem aproveitar esta utilização intensa pelos alunos para tornar esta rede numa ferramenta útil para a aprendizagem.
Ferramentas como o Facebook, Twitter, Myspace, Google+, Grou.ps, Mixxt, Youtube podem ser utilizadas em contexto educativo pois têm várias funcionalidades que são potenciadoras para a motivação dos alunos, podendo promover o conhecimento e aprendizagem.
Independentemente da rede social utilizada, os professores devem optar por uma rede que possibilite a disponibilização, criação e partilha de conteúdos; entrar em contacto com colegas, ex-alunos, mentores, professores e pais; aceder a informação importante para a aprendizagem; demonstração, partilha e avaliação de resultados; criação de Ambientes Pessoais de Aprendizagem; troca de opiniões; reduzir falhas de conhecimento; e/ou reduzir carências tecnológicas da organização. É fácil verificar que a oferta de redes sociais na internet é grande, permitindo que os professores consigam optar por aquela que melhor satisfará os objetivos dos conteúdos a trabalhar.
Após a realização deste trabalho, foi feita uma breve análise sobre a utilização das três redes sociais selecionadas e a sua aplicabilidade em diferentes contextos:
O Couchsurfing permite que professores de línguas integrem os alunos numa rede em que eles podem aplicar os conhecimentos adquiridos e partilha-los com uma comunidade local e, se for sua opção, global.
O Youtube permite que professores de TIC ...
O Mixxt permite ...
O Facebook disponibiliza ferramentas para isso e existem muitas sugestões para tal online. Claro que redes populares como o Twitter ou o Myspace também têm as suas potencialidades e as suas sugestões. Atenção também ao Google +, que tem ferramentas interessantes (tradutor, mapas, hangouts), já muito difundidas pela popularidade do seu motor de busca e do Gmail. Será interessante acompanhar a evolução desta rede tanto em contexto educativo como em contexto generalista.
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Devido ao grande número de redes sociais disponíveis, terão de ser os professores, em grupo, pesquisar e definir que rede é mais relevante para a sua disciplina. É o mesmo tipo de decisão que define a escolha do manual escolar.
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