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Tecnologias da Comunicação em Educação: REDES SOCIAIS Programa Doutoral Multimédia em Educação | 2013/2014 Daniel Sampaio |
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Contents |
Conceito de rede social
A utilização crescente das redes sociais em contextos formais e profissionais de aprendizagem leva-nos a uma análise das vantagens da sua integração na nossa prática diária. É sabido que para os jovens a utilização de redes sociais como forma de divertimento, partilha de interesses e comunicação são consideradas muito interessantes. Assim, acreditamos que a utilização das redes sociais em contextos formais de aprendizagem pode levar a uma maior participação dos jovens promovendo uma aprendizagem mais ativa e interventiva.
De acordo com a definição base de Rede Social (…)
Os autores Gunawardena, Hermans, Sanchez, Richmond, Bohley e Tuttle (2009) definem rede social em contexto de aprendizagem, como uma ferramenta que facilita a aprendizagem coletiva através de uma negociação social onde os participantes estão envolvidos num objetivo comum ou numa prática partilhada. Ainda no campo da educação, a partilha de conteúdos e de recursos e o desenvolvimento de formas colaborativas de agregação e indexação de informação promovem o conhecimento e a aprendizagem (Para Aresta, Moreira e Pedro, 2008). Assim, após leitura de artigos da especialidade (McLoughlin e Lee, 2007; Gunawardena et all (2009); Barros, 2011; Minhoto e Meirinhos, 2011) podemos resumir que em contexto educativo, isto é, em ambientes de aprendizagem formal, as redes sociais podem ser consideradas ambientes colaborativos de aprendizagem trazendo algumas vantagens:
- Ao nível pessoal e de relacionamento: competências e ligação social, interação e comunicação, diminuem o isolamento e o receio da crítica, aumenta a autoconfiança, autoestima e integração no grupo, desenvolvimento do pensamento crítico, promove o conhecimento de diferentes temas;
- Ao nível do grupo: maior aproximação entre alunos, partilha de opiniões e ideias fomentado o interesse na participação, responsabilização pela própria aprendizagem e pela aprendizagem do grupo, incentiva os alunos a valorizar as experiências que se partilham, transforma a aprendizagem numa atividade social, os conteúdos são mais ricos porque há o contributo de vários alunos.
Considera-se que a rápida evolução da utilização das redes sociais emerge das práticas de interação que estão orientadas para a partilha e formação de grupos com os mesmos interesses, independentemente da localização geográfica dos utilizadores, desta forma, em grupo é potenciada a partilha da informação de forma colaborativa. Enquanto cada utilizador de um grupo numa rede social faz uma participação individual, está também a contribuir para a aprendizagem dos outros. Assim, Santamaría (2008) considera que os serviços de redes sociais permitem conceber ambientes colaborativos entre pares, isto é, espaços de encontro entre os diferentes intervenientes no processo de ensino e aprendizagem.
Enquanto professores consideramos importante aproveitar estes espaços de interação (redes sociais) e utiliza-los como potenciadores de uma aprendizagem colaborativa.
Definição semântica/Sociológica (em actualização)
Definição estrutural (em actualização
Redes sociais em contexto educativo
É referido que as redes sociais, enquanto ferramentas da web 2.0, têm alterado a forma como os utilizadores interagem com a internet. Esta evolução de comportamento e educação tem vindo a modificar a forma como os jovens processam, organizam e partilham o conhecimento. Assim, tendencialmente, a escola e os professores recorrem a estas ferramentas em contexto educativo de modo a envolver os alunos de uma forma mais participativa e colaborativa na aprendizagem.
Através de pesquisa e análise de alguns artigos científicos e sites com sugestões procuramos analisar quais as redes sociais mais utilizadas num contexto educativo, de forma a conseguirmos perceber de que forma são utilizadas e que tipo de avaliação é feita (da sua utilização).
No que respeita o contexto em que as redes sociais referidas são utlizadas, chama-se a atenção para o estudo conjunto do Instituto Politécnico de Bragança com a Universidade do Minho (Barros, D.M.V. et al. 2011), intitulado ‘redes sociais na aprendizagem’. Este estudo agrega de forma eficaz os contextos em que o uso de redes sociais promove a aprendizagem:
a) disponibilização, criação e partilha de conteúdos – O conceito de ‘prosumer’ – produtor e consumidor – é bem evidente nestas três possibilidades;
b) entrar em contacto com colegas e professores – Este contacto pode-se também estender aos pais com iniciativas como a recente weduc.com [1];
c) entrar em contacto com pessoas que podem ajudar em alguma unidade curricular – Sejam eles ex-alunos ou peritos na matéria, dependendo do contexto e/ou nível de aprendizagem. Este aspecto poder-se-á tornar relevante para a construção de relações de mentor;
d) aceder a informação importante para a aprendizagem – A própria rede pode ser um repositório de material de apoio para o estudante, seja o objectivo a revisão de conteúdos, o alargamento de conhecimentos ou até a simples aprendizagem por curiosidade;
e) demonstração de resultados – A possibilidade de publicar trabalho, vídeos, wikis, blogs, etc. cria uma visibilidade do trabalho sujeita à avaliação de toda a comunidade;
f) criação de ambientes pessoais (PLE) – O PLE é uma possibilidade para os aprendentes gerir a sua própria aprendizagem, seleccionando, integrando e usando vários softwares, ferramentas e serviços (McLoughlin and Lee, 2007);
g) troca de opiniões.
Os autores deste estudo recorrer às palavras aceder; agregar; configurar; manipular, anteriormente utilizadas por Lubensky (2006), para resumir a importância dos Ambientes Pessoais de Aprendizagem que as ferramentas da WEB 2.0 proporcionam aos alunos.
O estudo feito por Paula Minhoto e Manuel Meirinhos (Minhoto e Meirinhos, 2011) também reforça muitos dos conceitos referidos no parágrafo anterior, acrescentando que as redes sociais também podem ser eficazes para:
a) conceber ambientes colaborativos entre pares (Santamaria, 2010) – novamente o conceito de ‘prosumers’;
b) reduzir falhas de conhecimento – quem sabe se não será o principio para um novo conceito de ‘Trabalho de Casa’;
c) reduzir carências tecnológicas da organização – aqui a mencionar que a própria instituição de ensino deve caminhar no sentido de proporcionar aos aprendentes as condições para a criação de um PLE.
Nas suas conclusões os autores salientam que o poder das redes sociais na aprendizagem advém do sentimento dos alunos de que a construção do conhecimento depende da contribuição de todos, e não só do professor.
Após a análise de alguns estudos que utilizaram as redes sociais em contexto didático e que promoveram a aprendizagem de conteúdos específicos de várias disciplinas, verificámos que são utilizadas várias formas para a análise ou avaliação da utilização das redes sociais. De forma global, podemos dividir essa análise/avaliação em três grupos:
- análise das perceções dos alunos face à utilização de uma rede social – em que através de um questionário os alunos indicam as vantagens, desvantagens, limitações, sentimento relativo à partilha durante a utilização de uma rede social (Aresta, Moreira e Pedro, 2008; Balogné Bérces et al, 2011);
- avaliação das aprendizagens através das interações na rede social – existem várias dimensões de análise que vão sendo adaptadas de acordo com a especificidade do contexto (Loureiro et all, 2009; Gonçalves, Loureiro e Neri de Souza, 2010; Minhoto e Meirinhos, 2011);
- análise e avaliação das questões realizadas pelos alunos durante a utilização de uma rede social como promoção e incentivo ao questionamento num contexto específico (Neri de Souza e Moreira, 2009; Canella, Ciancimino e Campos, 2010).
Principais funcionalidades das Redes Sociais
Tendo em consideração a identificação de diferentes plataformas tecnológicas de comunicação, que possam ser um suporte a atividades de ensino e aprendizagem, o grupo de trabalho decidiu fazer a análise de três redes sociais, que por definição têm diferentes propósitos. Assim, as redes sociais em análise são as seguintes: YouTube, CouchSurfing e Mixxt. Seguidamente será feita uma descrição de cada rede social e a respetiva comparação das funcionalidades para a sua utilização em contexto educativo.
YouTube
A rede social denominada por Youtube é considerada um site aglutinador de vídeos, na qual o utilizador pode fazer upload, publicar e visualizar vídeos em streaming e sem grandes conhecimentos técnicos (Burgess & Green, 2009). Relativamente à sua utilização em contexto educativo vários são os autores que defendem que os professores devem utilizar os diversos tipos de média para alcançar os alunos (Cruz, 2008; Caetano & Falkembach, 2007). Isto é, um professor que conhece os seus alunos sabe que tipo de informação será mais facilitador para aprendizagem e, se o professor conseguir desenvolver os seus próprios materiais será mais fácil o processo de aquisição de conhecimentos.
(teremos de completar informação)
Couchsurfing
Relativamente à rede social CouchSurfing foi criada com o objetivo de ligar diversos utilizadores numa comunidade global de viajantes. Ao utilizar esta rede pode-se procurar um lugar para visitar, definir e mostrar pontos de interesse a visitar num local, partilhar uma casa ou partilhar a viagem com outros utilizadores. Não se pretende a troca de dinheiro mas, comentários sobre as atividades realizadas, locais visitados ou sobre a casa que foi partilhada. A comunidade refere que a definição de um bom perfil de utilizador é o mais importante, pois o perfil criado servirá para fazer a ligação entre diferentes pessoas com os mesmos interesses.
É uma comunidade global de 6 milhões de utilizadores em mais de 100 cidades que partilham a sua vida, o seu mundo, a sua viagem. O Couchsurfing conecta viajantes com uma rede global de pessoas dispostas a partilhar de maneira profunda e significativa, tornado viajar uma experiência social (https://www.couchsurfing.org/n/about, 23.09.2013).
Mixxt
Mixxt é uma plataforma online, que permite a criação de redes sociais para grupos públicos, privados e semiprivados, podendo ser comparada com outras plataformas similares tais como Ning, Grou.ps, Social Go, Elgg, Oxwall, entre outros. Esta plataforma, numa versão gratuita, disponibiliza diversas ferramentas gráficas para cada uma das redes sociais criadas, sem ser necessário ter conhecimentos informáticos a níveis de programação, permitindo uma organização do grupo, comunicação entre os diversos elementos e a partilha de conteúdos entre si.
Sendo as redes sociais plataformas de comunicação, interação e partilha, podem estabelecer condições para a colaboração e socialização entre grupos em diferentes contextos educativos. Após análise de literatura da especialidade é possível verificar que existem vários estudos (Neri de Souza & Moreira, 2009; Gonçalves, Neri de Souza & Loureiro, 2010; Minhoto & Meirinhos, 2012) de aplicação de redes sociais e suas ferramentas como apoio a disciplinas ou em contextos de estágio, nas quais os tipos de participação e interação dos alunos são analisados de acordo com os objetivos definidos.
Exploração de funcionalidades das redes sociais
Após a análise e diversos testes em cada uma das plataformas selecionadas, decidimos criar uma tabela com todas as suas funcionalidades, para que, posteriormente se possa fazer uma análise da sua utilização nos diferentes contextos educativos.
Exemplos de cenários de utilização das redes sociais em contexto de aprendizagem
Sendo todos os elementos do grupo deste trabalho professores, vamos explicar de que forma cada uma das redes sociais pode ser utilizada na nossa prática diária, descrevendo três cenários de utilização.
Primeiro cenário: A utilização do CouchSurfing em contexto educativo
1. Relevância
Os planos curriculares dos cursos de Aprendizagem contêm 6 Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) relacionada com a aprendizagem do Inglês. O Couchsurfing (http://www.couchsurfing.org) é particularmente relevante na UFCD Viajar na Europa.
Sendo uma rede que ‘foi criada com o objetivo de ligar diversos utilizadores numa comunidade global de viajantes’, pretende-se incutir nos formandos:
- a vontade de viajar de forma simples, promovendo a interculturalidade;
- abertura para receber e albergar viajantes de todo o mundo, partilhando e vivendo o que a própria cidade oferece.
Com estes objetivos e com a possibilidade de ligação a viajantes, esta rede permite troca de experiências, ideias, dicas, etc., baseado nas vivências de cada viajante, poderá justificar a utilização desta rede num contexto educativo.
A nível da disciplina do Inglês, o Couchsurfing é muito útil pois consciencializa os formandos da necessidade de se falar Inglês para viajar. O Inglês é a linguagem mais usada no Couchsurfing, apesar de o site disponibilizar a criação do perfil em várias línguas. É só realizar uma pequena análise dos posts no grupo do Porto (https://www.couchsurfing.org/n/places/porto-porto-district-portugal/conversations?page=2) para perceber que o Inglês é utilizado na (praticamente) totalidade das mensagens.
2. Inserção
A inserção dos formandos na rede Couchsurfing pressupõe um trabalho de conteúdos anterior. Este trabalho criará um conjunto de textos que se poderão utilizar na criação do perfil de Couchsurfing.
A Ilustração dois mostra que a UFCD Viajar na Europa é a terceira unidade do plano curricular. Nas unidades anteriores, em consonância com os conteúdos previstos nos conteúdos de cada UFCD, são também trabalhados, de forma paralela, as 6 unidades representadas na tabela um. Após a unidade 6 haverá uma aula de conversação sobre as empresas low cost. No final da mesma é exibida uma reportagem da SIC intitulada ‘surfistas de sofá’ que apresenta o fenómeno aos alunos.
Na sessão seguinte, o site é apresentado aos formandos através do perfil do professor (https://www.couchsurfing.org/profile.html?id=3HI7JJF). Em Pleno e em modo expositivo, os formandos tentam reconhecer a informação que o professor apresenta e, a seguir, regressam aos trabalhos que realizaram a fim de agregar os textos que já produziram nas sessões anteriores.
3. Criação do perfil
O passo seguinte é, em ambiente de sala de computadores, transformar os textos necessários à criação do perfil em suporte word. É necessária muita insistência do professor para que os seus formandos tenham o caderno diário em dia, com todos os trabalhos de escrita realizados em formação lá presentes – um bom método é a inclusão da análise do caderno diário como elemento de avaliação da UFCD.
A seguir a este trabalho, os formandos avançam para a criação do perfil. Apesar de cada formando ter de apresentar um perfil próprio, é, aqui, encorajado o trabalho de pares (ou trio). De salientar que este a criação do perfil online é um dos elementos de avaliação final desta UFCD (33% da nota final).
Os passos seguintes são:
a) Ligação da turma em grupo. Este grupo funcionará como um fórum entre os elementos da turma.
b) Troca de referências entre os elementos da turma.
Os seguintes links ligam a alunos de uma turma que criaram perfis:
http://www.couchsurfing.org/people/bruno-silva2/
http://www.couchsurfing.org/people/diogo.moreira/
http://www.couchsurfing.org/profile.html?id=5H9X733HP
http://www.couchsurfing.org/people/ana_catarina/
http://www.couchsurfing.org/people/alexandreferreira1/
4. Objetivos
No final desta unidade pretende-se que os formandos:
a) Consultem perfis de outros viajantes
b) Selecionem, organizem e sistematizem a informação recolhida em unidades anteriores
c) Prepara a viagem a realizar
d) Preencham perfis online
e) Identifiquem países e cidades a visitar assim como respetivos hosts
f) Selecionem possíveis viajantes através da ferramenta ‘surfers looking for a couch’
5. Feedback
(em actualização)
Segundo cenário: Utilização da Ferramenta Youtube em contexto de sala de aula
Em resultado da minha atividade como docente fui direcionado, em conformidade com as planificações realizadas e os critérios estabelecidos para a disciplina de TIC, a ensinar aos alunos o funcionamento da ferramenta YouTube. A utilização desta ferramenta pelos diversos alunos rapidamente ganhou as mesmas funcionalidades de uma rede social dentro e principalmente fora da sala de aula. Esta ferramenta foi utilizada para:
- cativar a atenção dos alunos dentro da sala de aula;
- desenvolver competências multimédia;
- compreender o significado duma ferramenta Web 2.0;
- motivar o aluno no seu trabalho;
- criação de grupos de trabalho;
- promover a interação entre os diversos indivíduos (Professor e alunos);
- permitir uma acessibilidade à ferramenta fora da sala de aula.
O objetivo principal foi criar no aluno um estímulo pelo uso das novas tecnologias e promover o uso de ferramentas colaborativas.
De acordo com as funcionalidades do Youtube, na sala de aula foram utilizadas as seguintes:
- edição de vídeo - http://www.youtube.com/editor;
- criação de canais de vídeo no menu "O meu canal";
- inserção de vídeos com conteúdos de elevado interesse e contexto informativo sobre a matéria lecionada;
- "troca" e "partilha" de vídeos entre os alunos no menu "adicionados à lista de reprodução";
- comentários entre os diversos alunos a cada vídeo colocado nos diferentes canais dos alunos (imagem Youtube1).
Foi neste último ponto que se iniciou a funcionalidade básica de uma rede social, a partilha e a troca de informação entre os diversos elementos, isto porque, cada aluno após a colocação de um vídeo verificava que o mesmo era visualizado e comentado pelos diferentes alunos, tornando-se alguns desses vídeos favoritos no canal de outros alunos e criando assim uma troca de informação e opiniões entre os utilizadores.
Cada aluno criou o seu canal de vídeos inserindo os vídeos que achavam de interessantes e com informação significativa sobre determinados conteúdos lecionados na disciplina de TIC.
Como se pode verificar pela imagem seguinte a interação entre os diversos alunos está implicita na troca de mensagens, dentro e fora da sala de aula.
(em atualização)
Terceiro Cenário: Utilização de plataformas para a criação de redes sociais
Neste terceiro cenário pretendemos mostrar de que forma uma plataforma para a criação de redes sociais pode ser utilizada num contexto educativo específico.
Foi explorada a plataforma NING, onde foi criada a rede social para utilizar com catorze alunos do 12º ano de escolaridade do Curso Tecnológico de Informática, de uma escola de ensino particular e cooperativo localizada no distrito de Aveiro. Este estudo foi realizado com os alunos durante a concretização da Formação em Contexto de Trabalho (FCT) que decorreu durante onze semanas, fazendo um total de 240 horas de trabalho efectivo numa empresa. As empresas que acolheram os alunos estão localizadas no distrito de Aveiro, distanciadas geograficamente.
A finalidade da utilização da rede social foi melhorar a insuficiente comunicação existente entre os vários intervenientes da FCT, uma vez que, os alunos não comunicavam entre si, isto é, não havia partilha de informação (troca de experiências ou dúvidas). Por sua vez, o professor orientador só comunicava com os alunos e monitores uma vez a cada quinze dias. Assim, a análise do desempenho dos alunos era comunicada com algum atraso.
A rede social foi criada de forma privada, deve-se ao facto de tornar os dados dos alunos privados, assim, como as suas publicações e interações e de os deixar mais confortáveis durante o trabalho. Na rede social foram configuradas todas as ferramentas disponíveis: blogue, fórum, lista de eventos e chat. Ainda no 1º período letivo, antes de se inciar a FCT os alunos fizeram a inscrição na rede social e criaram o seu perfil, de forma autónoma e explorando todas as funcionalidades.
Após todas as configurações foram definidos os objetivos para a utilização das diversas ferramentas, que se explicam seguidamente:
- fórum - registo de dúvidas ou problemas encontrados relativamente a tarefas propostas, registo de descrição de soluções, dicas para deteção de falhas, comentários aos procedimentos ou opiniões;
- blogue - cada aluno tinha o seu blogue para o registo da sua atividade semanal (diário de bordo) e respetiva autoavaliação;
- lista de eventos - calendarização de tarefas a cumprir: entrega de relatórios, visitas de acompanhamento e reuniões de avaliação.
A imagens seguinte exemplifica a rede social no contexto descrito:
Sabendo que, a rede social seria utilizada para uma análise das atividades desenvolvidas pelos alunos ao longo desta formação foi definido, inicialmente, que todas as interações seriam avaliadas, também com o objetivo de promover uma maior interação dos envolvidos. Assim, foram considerados os seguintes domínios de avaliação de aprendizagens:
- participação no fórum e blog;
- interação no fórum;
- perguntas no fórum - através do modelo adaptado por Neri de Souza (2008);
- descrição de tarefas no blog;
- cumprimento dos prazos das várias tarefas;
- escrita correcta da língua portuguesa.
De forma a promover o incentivo à participação ativa dos alunos foi utilizado o esquema de análise de interações proposto por Loureiro (2009), que avalia as seguintes dimensões:
- participação passiva - acesso apenas para leitura;
- participação ativa - disponibilização de conteúdo, opinião;
- interação - mensagens que fazem referência a outros participantes;
- partilha de informação - mensagens que emitem opinião;
- discussão - mensagens onde se identificam problemas ou questões relevantes para o problema enunciado.
Estas dimensões foram analisadas e avaliadas, a cada três semanas, sendo este feedback disponibilizado na rede social. O envio desta informação foi considerado mais uma forma de incentivo à participação.
Após a exploração desta rede social analisou-se que os alunos, após um curto período de adaptação à estratégia e ferramentas exploradas e, apesar de terem alguma dificuldade na expressão escrita, demonstraram muita autonomia, colaboraram na resolução de problemas variados, conseguindo explicá-los e encontrar soluções em conjunto. Do exposto, parece poder inferir-se que as redes sociais, como a implementada, facilitam o acompanhamento dos alunos e promovem o desenvolvimento de competências de questionamento e de resolução de problemas (itens de avaliação).
Conclusão/Discussão
(em atualização)
Referências bibliográficas
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