MichaelO

Primeiramente, escolhi este artista porque assim que tive contacto com os seus trabalhos, fiquei impressionada pelo seus conceitos e pela técnica que envolvem.

Durante séculos, a forma feminina foi uma musa para formas de arte tão variadas como a pintura, a música ou a poesia e, nos dias de hoje, Michael Oswald retoma esta inspiração na maioria dos seus trabalhos, utilizando modelos esbeltas e "transformando-as" segundo a sua visão, que é por vezes futurista e por vezes mais ligada ao universo do fantástico.

O seu trabalho é reconhecido internacionalmente, tendo já, por duas vezes, sido capa da revista Advanced Photoshop, entre outras. Para a criação das suas imagens, Oswald serve-se de fotos originais que edita, posteriormente, utilizando o Adobe Photoshop, o 3D Max e o ArtRage. Utilizando apenas as ferramentas padrão destes programas, o artista consegue criar um estilo muito distinto e extremamente detalhado que se situa a meio caminho entre a fotografia pura e a ilustração. O próprio descreve as suas criações como manipulação fotográfica sob o efeito de esteróides.

Ao analisarmos o seu trabalho podemos afirmar a maioria das suas imagens têm uma grande carga e profundidade emocional que, segundo Oswald, é melhor representada por imagens femininas, e daí a sua preferência pelo género. Podemos igualmente constatar que o artista trabalha sobre três conceitos completamente antagónicos. No seu portefólio, Oswald apresenta imagens com uma conotação bastante futurista e até erótica, outros trabalhos de expressão mais inocente e ligadas ao mundo da imaginação e ainda obras que exaltam a era clássica.

Dentro do primeiro estilo, inserem-se as suas famosas cyborgues. Nestas obras, o artista tende a utilizar tons menos saturados e mais frios, cingindo-se a cinzentos, beges, azuis e apenas a pequenos apontamentos de outras cores. Também o preto marca sempre presença. Utiliza, igualmente, fundos simples e formas muito limpas que, a meu ver, traduzem uma clara sensação de futurismo.

Relativamente ao estilo mais inocente, o artista apresenta vários retratos, como é o caso de "He Chose me", "Apple" e "Sprite". Estes trabalhos transmitem uma sensação de energia e de luz que é conseguida através do uso de cores muito saturadas e variadas que tanto podem ser complementares como análogas. Dentro deste estilo as linhas já não são tão limpas, existe uma maior quantidade de detalhe e os fundos são mais trabalhados, integrando, por vezes, elementos cénicos para além da personagem principal.